1) Eu realmente preciso sair de casa?
E, se a resposta for sim, preciso sair DE CARRO?
O trânsito em dezembro se torna caótico, com um aumento de 50% na frota de carros em circulação. É 50% a mais de gás carbônico sendo jogado na atmosfera.
Se você está de férias e precisa fazer algo, certamente tem tempo pra pegar um ônibus ou fazer um passeio de metrô (uma experiência quase novaiorquina, diga-se de passagem). Se estas opções não lhe agradam, vá a pé. Uma caminhada faz bem ao pulmão, ao coração e ao planeta.
Da mesma forma, evite marcar compromissos no fim de ano (check-up médico, dentista, oculista, pediatra, etc). Deixe pra janeiro ou fevereiro. Isso te poupará tempo, dinheiro e aborrecimentos desnecessários, uma vez que, indo ao médico, ele provavelmente diagnosticará um stress causado por engarrafamentos e correria inútil. E a recomendação, adivinha? Caminhadas diárias.
Se, ainda assim, você precisar sair de casa de carro, leve consigo um pouco de gentileza urbana. Deixe a impaciência e a rabugice em casa. Se possível, para sempre.
Quanto aos presentes de Natal que você precisa comprar, seja moderno. Atualize-se. Use a internet. Hoje em dia, é possível comprar de tudo sem sair de casa. Livros, CDs, DVDs, brinquedos, eletrodomésticos, roupas, sapatos... Enfim, uma solução prática, segura e ecológica para a sua lista de Natal.
2) Será que eu preciso comprar presentes para TODOS os que estão na minha lista?
O que aconteceria se eu não comprasse presente pra ninguém este ano? Eles me amariam menos?
Tudo bem... Vá lá. Não precisamos ser tão radicais, mas há quem compre presentes para uma quantidade absurda de pessoas, desde o filho do chefe que nunca vê até o atendente simpático da padaria.
Você já parou pra pensar na quantidade de lixo que a sua lista de Natal vai gerar? Cada presente que você compra representa, pelo menos, uma caixa de papelão, um papel de presente e uma sacola plástica a mais na lixeira.
Há presentes que não produzem lixo. Quer um exemplo? Livros. Quer outros? Vá pesquisar no google.
3) Eu acredito em Papai Noel?
O primeiro Papai Noel (o único que existiu de verdade), foi São Nicolau, que habitava uma região muito fria (o que explica suas roupas de inverno rigoroso), e que, no Natal, levava presentes para as crianças pobres. Depois dele, os mais diversos Papais Noéis surgiram: Papai Noel pedalando bicicletas, tirando fotos, tomando sol na praia, saltando de pára-quedas, surfando ou trabalhando como vendedor.
Você acredita nesse Papai Noel? Ou você acredita no Natal?
O Natal é uma festa católica, de celebração do nascimento de Jesus. Independente da sua religião ou credo, a figura central do Natal é Jesus, e não Papai Noel. Da mesma forma, independentemente de você acreditar em tudo o que se fala sobre Jesus, a sua existência é um fato inegável. (Carlos Heitor Cony fala que as pessoas adoram discutir se Jesus teve ou não teve mulher e filhos, como se isso fosse diminuir a pessoa que ele foi.).
Jesus foi um homem real, que teve uma existência tão especial que o tornou imortal. Um humanista. Um pacifista. Um homem além do seu tempo que pregava o amor, a verdade, o perdão, a solidariedade e o respeito à vida. Um homem que lidou com os mesmos problemas que enfrentamos atualmente: desigualdade social, corrupção, traição, preconceito, injustiça, doenças, violência e desamor. E a forma como ele passou por tudo isso é um ensinamento valioso para todos nós. Ele acreditava na sua força interior, acreditava que, como disse Gandhi, ‘o amor de um único homem pode destruir o ódio de milhões’, buscava sua própria evolução espiritual, tinha caráter e valores firmes, e tinha o coração aberto a toda e qualquer experiência humana.
E Jesus foi apenas um dentre muitos humanistas. (Graças a Deus!) Há outros tantos espalhados por aí, enchendo o mundo de delicadeza e de afeto.
Se você acredita em Natal, aproveite esta época pra ser também mais humanista. Corra menos e pare mais. Compre menos e celebre mais. Fique menos triste e seja mais feliz.
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3 comentários:
Antes, juro que pensei comentar: Nossa, Cris! Você é tão radical! Mas depois vi que o meu blog era um link. Nossa, Cris! Como você é radical! Hahaha...
Não acredito que você fez isso! As pessoas vão se assustar, afinal, ultimamente eu tenho sido mais A do que nunca. Lembra do e-mail que você nem me respondeu? Acho que se assustou também.
Há algum tempo o Renato me falou que até ele lia meu blog. Fiquei tão orgulhosa. Resolvi fazer uma enquete. Tem tanta gente que passa por lá e eu nem tomo nota.
Conversando com uma amiga antiga da minha irmã confessei que o blog era para que eu me sentisse menos sozinha, para que eu pudesse aprender a viver melhor comigo com a ajuda dos outros. Ela me disse: "Você deve se sentir muito só, mas as coisas vão melhorar. Não dá para viver nesta desordem!"
Admitir a importância dos outros na sua vida é mais humano o possível. Assim foi com Jesus e Gandhi. Não dá para viver em desordem. Eles foram mais humanos que puderam e tentaram fazer o que estava ao alcance da imperfeição.
Obrigada por se importar tanto com a gente e com o nosso planta. Obrigada por ser tão organizada e por ter a fé e o amor que pode destruir o ódio de milhões.
Amo você!
Julie.
Tá bom... Tudo bem! Tenho que admitir que tem muito afeto lá.
There is much more there, Lua.
There is your heart, trying to put the pieces together, and you are doing a great job.
I love you too.
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