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sábado, 12 de dezembro de 2009

O Papel do Professor

* by Anna Luiza Oliveira de Miranda (coordenadora do curso KIDS, na foto com uma de suas turmas)

Quando nos encontramos e nos relacionamos com outras pessoas, somos afetados por suas experiências. Por este motivo, quando estou dentro da sala de aula, sei que meu papel de professora vai além de ensinar inglês, espanhol, italiano ou francês. É preciso levar em conta que meus alunos são pessoas complexas, como eu, que pensam, sentem e agem de forma diferente da minha.

Carl Rogers, psicólogo americano, afirma que o papel do professor é oferecer, dentro de sala de aula, um clima favorável para o desenvolvimento de seus alunos. Se meu aluno se sente seguro o suficiente para expressar seus desejos, dúvidas e frustrações, o aprendizado se torna mais significativo.

Meus alunos, assim como eu, estão em constante mudança e vivenciam, todos os dias, os mais variados sentimentos e emoções. Muitas vezes estamos cansados, chateados, desmotivados. Outras vezes estamos alegres, animados, eufóricos. E cada sentimento, de cada pessoa presente, afeta direta e imediatamente o ambiente da sala de aula. Ignorar tal fato seria uma imprudência cega.

Algumas vezes nos esforçamos para sufocar alguma sensação ou emoção que nos ocorre. Tentamos ignorá-la, por não nos sentirmos seguros para expressá-la. Entramos em um conflito interno, por sentir algo e ter de demonstrar outra coisa, e, então, fica muito mais difícil estar aberto para aprender. Por outro lado, se há liberdade para expressar o que realmente sinto, não há conflito. E assim estou livre para aprender.

Por esta razão, a meu ver, o papel do professor vai além de ensinar um idioma. O professor deve ser o facilitador de um clima acolhedor, onde os alunos se sintam seguros e possam, então, desfrutar de uma aprendizagem real.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Pais x Filhos

Constatação: somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos os erros de nossos pais. E com o esforço de abolir os abusos do passado, somos os pais mais dedicados e compreensivos, mas, por outro lado, os mais bobos e inseguros que já houve na história.

O grave é que estamos lidando com crianças mais "espertas", ousadas, agressivas e poderosas do que nunca. Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ter, passamos de um extremo ao outro.

Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos. Os últimos que tiveram medo dos pais e os primeiros que temem os filhos. Os últimos que cresceram sob o mando dos pais e os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos. E o que é pior, os últimos que respeitaram os pais e os primeiros que aceitam que os filhos lhes faltem com o respeito.

À medida que o permissivo substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudaram de forma radical, para o bem e para o mal. Com efeito, antes se consideravam bons pais aqueles cujos filhos se comportavam bem, obedeciam as suas ordens e os tratavam com o devido respeito. E bons filhos, as crianças que eram formais e veneravam seus pais. Mas, à medida que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram-se desvanecendo, hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, e, ainda que pouco, os respeitem. E são os filhos quem, agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem as suas idéias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver. E, além disso, os patrocinem no que necessitarem para tal fim. Quer dizer, os papéis se inverteram, e agora são os pais quem têm de agradar a seus filhos para ganhá-los e não o inverso, como no passado. Isto explica o esforço que fazem hoje tantos pais e mães para serem os melhores amigos e "tudo dar" a seus filhos.

Dizem que os extremos se atraem. Se o autoritarismo do passado encheu os filhos de medo de seus pais, a debilidade do presente os preenche de medo e menosprezo ao nos ver tão débeis e perdidos como eles.

Os filhos precisam perceber que, durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter e de guiá-los enquanto não sabem para onde vão. Se o autoritarismo suplanta, a permissividade sufoca. Apenas uma atitude firme e respeitosa lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores, porque vamos à frente liderando-os e não atrás, os carregando e rendidos à sua vontade. É assim que evitaremos o afogamento das novas gerações no descontrole e tédio no qual está afundando uma sociedade que parece ir à deriva, sem parâmetros nem destino.

Os limites abrigam o indivíduo, com amor ilimitado e profundo respeito. "Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos". Mônica Monasterio (Madri-Espanha)